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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Métodos Naturais não podem ser usados com mentalidade contraceptiva

Indicamos muito esse belo artigo do Padre Daniel Pinheiro sobre métodos naturais e a moral católica. Copiamos um breve trecho abaixo, mas faço questão de colocar o link para o artigo completo: 


"(...) O que falar do chamado método natural? O método natural é aquele em que o casal realiza naturalmente o ato conjugal, mas o faz somente nos dias inférteis da mulher. Antes de tudo, é preciso dizer que é perfeitamente lícito o ato conjugal quando a infertilidade é natural, decorrente, por exemplo, do ciclo da mulher ou da idade ou de um problema da natureza. Assim, no período infértil, o ato é lícito, pois nesse caso a infertilidade não decorre da vontade dos cônjuges, mas da própria natureza. Todavia, uma pergunta deve ser feita: é lícito o casal simplesmente reduzir o ato conjugal apenas ao período infértil sem motivo ou sem motivo grave, quer dizer, é lícito o casal praticar os métodos naturais sem motivo sério, grave? A resposta é não. Os métodos naturais só podem ser praticados quando há motivo grave. O Papa Pio XII diz o seguinte: “o contrato matrimonial, que concede aos esposos o direito de satisfazerem a inclinação da natureza, os estabelece em um estado de vida, o estado conjugal. Ora, aos esposos que fazem uso deste estado conjugal, praticando o ato específico do seu dele, a natureza e o Criador impõem a função de prover à conservação do gênero humano. Essa é a prestação característica que faz o valor próprio do estado deles, o bem dos filhos (a procriação). Na ordem estabelecida por Deus, o indivíduo e a sociedade, o povo e o Estado, a própria Igreja, dependem, para a sua existência, do matrimônio fecundo. Em consequência, abraçar o estado de matrimônio, usar constantemente da faculdade que lhe é própria e que só é lícita nos limites do matrimônio, e, por outro lado, se subtrair sempre e deliberadamente, sem grave motivo, ao seu dever principal, seria um pecado contra o próprio sentido da vida conjugal.” Continua o Papa: “Pode-se ser dispensado dessa prestação positiva obrigatória (da fecundidade), mesmo por longo tempo, até mesmo pela duração inteira do matrimônio, por motivos sérios, como os que não são raros de achar no que chamamos de “indicação” médica, eugênica, econômica e social. No entanto, se, de acordo com um juízo razoável e justo, não há semelhantes razões graves, quer pessoais, quer decorrentes das circunstâncias exteriores, a vontade dos esposos de evitar habitualmente a fecundidade da união, embora continuando a satisfazerem plenamente a sua sensualidade, só pode provir de uma falsa apreciação da vida, e de motivos estranhos às regras da são moral.” Está claro pelas palavras do Santo Padre e pela doutrina constante da Igreja que os métodos naturais só podem ser usados com motivo grave. Muitos dizem que a Igreja recomenda os métodos naturais e quase transformam os métodos naturais em oitavo sacramento da Igreja, como se fossem o ideal da vida matrimonial. A Igreja em hipótese alguma recomenda os métodos naturais. Ela permite os métodos naturais quando há motivo sério, grave, o que é bem diferente de recomendar. O ideal da vida matrimonial é fazer o uso normal do matrimônio nos dias fecundos e infecundos. Os métodos naturais não podem, então, ser usados por razões de contracepção ou por uma mentalidade contraceptiva, quer dizer, para evitar os filhos a todo custo ou para reduzir o número de filhos a um número que seja agradável para o casal. Isso vai contra o dever de estado daqueles que estão unidos em matrimônio.

Para utilizar os métodos naturais de forma moralmente aceitável, é preciso que haja, então, razões graves para que uma nova gravidez não aconteça. Destaco bem: são necessárias razões graves. Essas razões graves podem ser de ordem médica, eugênica, social, econômica. De ordem médica, física ou psicológica, por exemplo, se uma nova gravidez traz riscos graves para a saúde da mãe. De ordem eugênica, por exemplo, se a probabilidade de o filho nascer com problemas ou deficiências é grande ou se há grande probabilidade de aborto espontâneo, sobretudo se já ocorreram seguidamente antes. De ordem social, por exemplo, se o governo aborta sistematicamente as crianças de um casal após o nascimento do primeiro ou segundo, como é o caso na China. De ordem econômica, se o nascimento de mais um filho colocará os pais em situação econômica realmente difícil, por exemplo.

As razões de ordem econômica devem ser graves: o não conseguir dar o melhor colégio ou a melhor comida para o filho não são razões graves. O ter de comprar um carro pior ou ter de baixar o status econômico também não são razões graves. Tem-se exagerado muito a questão econômica para justificar o uso dos métodos naturais. Repito: a razão econômica deve ser realmente grave. Paradoxalmente, quanto mais abastada economicamente é uma sociedade, mais se tende a impedir a geração dos filhos, pois maior é o apego aos bens materiais e maior a aversão aos sacrifícios.

Também a indicação médica é muito exagerada pelos médicos, seja por motivos ideológicos, seja simplesmente para evitar maiores problemas. Os médicos tendem a exagerar bastante o risco de uma nova gravidez. Claro, é remediar isso com opiniões mais imparciais e seguras e com eventuais exames necessários.

Como podem surgir muitas dúvidas sobre o saber se uma razão é ou não suficiente para a utilização dos métodos naturais, é preciso consultar um padre de segura doutrina moral, para evitar o engano em matéria tão delicada. Repitamos as palavras de Pio XII: “se essas graves razões (para utilizar os métodos naturais) não estão presentes, a vontade de evitar habitualmente a fecundidade da união, mas continuando a satisfazer plenamente a sensualidade, só pode derivar de uma falsa apreciação da vida e de motivos alheios às retas normas éticas”. Quando se usam os métodos naturais sem motivo sério, muitos problemas surgirão no matrimônio: mentalidade egoísta, diminuição do amor conjugal, discórdia, tentações contra pureza.

Resumindo, utilizar os métodos naturais sem ter uma razão realmente grave para tanto, é moralmente ilícito, é pecaminoso e deriva de uma mentalidade contraceptiva que precisa ser evitada, pois essa mentalidade, além de ser em si pecaminosa, conduz aos métodos contraceptivos de fato (...)."


[Sermão] Métodos naturais, contracepção e a cultura da morte – 2ª versão
Sermão para o 2º Domingo depois de Pentecostes
29.05.2016 – Pe Daniel Pinheiro, IBP

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