Pesquisar

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

É admissível que uma esposa e mãe católica tenha um emprego fora de casa?

Texto do Padre Peter Scott

Traduzido por Andrea Patricia

Não pode ser aceito como algo normal e aprovado pela Igreja que um esposa e mãe seja livre para ter um emprego fora de casa, enquanto seus filhos ainda são dependentes de seus cuidados.

O trabalho das mães fora de casa por um salário é chamado pelo Papa Pio XI “emancipação econômica” em sua encíclica sobre 1930 o matrimônio cristão, Casti Connubii:

“Essa, no entanto, não é a verdadeira emancipação das mulheres, nem a liberdade racional e exaltada, que pertence a nobre tarefa de uma mulher e esposa Cristã; pelo contrário, é o rebaixamento do caráter feminino e da dignidade da maternidade, e de fato da família inteira, resultando que o marido sofre a perda de sua esposa, os filhos de sua mãe, e a casa e toda a família de uma guardiã sempre atenta. Mais do que isso, essa falsa liberdade e igualdade natural com o marido acontece em detrimento da própria mulher, pois se a mulher desce do seu trono verdadeiramente real para o qual ela foi elevada dentro das paredes da casa por meio do Evangelho, ela logo será reduzida ao estado antigo da escravidão (se não na aparência, certamente, na realidade) e tornar-se-á como entre os pagãos um mero instrumento do homem”. (§ 75)

O final da mesma encíclica do Papa é ainda mais explícito. Ele fala sobre os males e as injustiças que desencorajam os casais, e compara o mal de mães que tenham de trabalhar com o de não ser capaz de encontrar um lar adequado.

“Se as famílias, particularmente aquelas em que há muitas crianças, não têm habitações adequadas, se o marido não consegue encontrar emprego e meios de subsistência, se as necessidades da vida não podem ser adquiridas exceto por preços exorbitantes, se até mesmo a mãe da família para o grande mal da casa, é obrigada a sair e ganhar dinheiro por seu próprio trabalho… é patente a todos que as pessoas casadas podem perder o ânimo”. (§ 120)

Claramente, não podemos julgar a situação particular das mães que experimentam a necessidade de trabalhar fora de casa. Pode haver muitas razões que poderiam fazer disso um mal necessário, tais como a doença e o desemprego do marido, ou um marido que não recebe um salário justo, suficiente para sustentar a família. Também pode haver razões psicológicas e profissionais pelas quais uma esposa e mãe possa ser obrigada a permanecer na força de trabalho fora de casa. No entanto, a Igreja ensina claramente que este é um mal. Não podemos fingir que é uma coisa boa, ou que é indiferente, ou que não vai fazer nenhum mal aos seus filhos e familiares. Além disso, nenhuma mulher pode ser liberada de casa dessa forma, sem alterar sua própria consciência do que é ser uma esposa e mãe católica.

Por conseguinte, isso só pode ser tolerado como um mal inevitável e necessário, e desde que seja apenas considerado um arranjo temporário, de curto prazo, e onde um esforço máximo é feita pela mãe e pelo marido para minimizar os efeitos negativos. No entanto, seria muito errado afirmar que isso é uma coisa boa, ou aprovada e autorizada pela Igreja. É na melhor das hipóteses um mal inevitável e necessário, pelo qual se deveria se desculpar, e nunca se gabar.

Original aqui. O texto foi tirado do blog: Maria Rosa Mulher. Padre Peter Scott é da FSSPX.

Um complemento ao texto do Padre Peter Scott são dois discursos do Venerável Papa Pio XII sobre os problemas modernos, dentre eles: O Abandono do lar pela mulher, para trabalhar fora. Transcrevermos alguns trechos abaixo:

"(...) a jovem, como flor que cresce guardada e reservada, estava destinada por sua vocação a ser esposa e mãe. Junto da mãe aprendia os labores femininos, os cuidados e negócios da casa e tomava parte na vigilância dos irmãos e irmãs menores, desenvolvendo assim as forças, o engenho, e instruindo-se na arte e no governo do lar. […] Hoje, pelo contrário, a antiga figura feminina está em rápida transformação. Podeis ver que a mulher, e, sobretudo a jovem, sai de seu retiro e entra em quase todas as profissões, até aqui exclusivo campo de ação e vida do homem
A estas penosas conseqüências da falta da mulher e da mãe no lar, ajunta-se outra ainda mais deplorável: ela diz respeito à educação, sobretudo da jovem e sua preparação para a vida real. Habituada a ver a mãe sempre fora de casa e a própria casa tão triste no seu abandono, ela será incapaz de encontrar aí qualquer fascínio, não provará o mínimo gosto pelas austeras ocupações domésticas, não saberá compreender a nobreza e a beleza das mesmas, nem desejará um dia dedicar-se a isso, como esposa e mãe.
Isto é real em todos os graus sociais, em todas as condições de vida. A filha da mulher mundana, que vê todo governo da casa deixado nas mãos de pessoas estranhas e a mãe ocupada em ocupações frívolas, em fúteis divertimentos, seguirá seu exemplo, quererá emancipar-se o quanto antes, e segundo uma bem triste expressão, “viver a sua vida”. Como poderia ela conceber o desejo de se tornar um dia uma verdadeira “domina”, isto é, uma senhora da casa em uma família feliz, próspera e digna? Quanto às classes trabalhadoras, obrigadas a ganhar o pão cotidiano, a mulher, se bem refletisse, compreenderia talvez como não poucas vezes o suplemento de ganho, que ela obtém trabalhando fora de casa, é facilmente devorado pelas despesas ou também pelos desperdícios ruinosos para a economia familiar.
A filha, que vai também ela trabalhar em uma fábrica, em uma empresa ou em um escritório, perturbada pelo mundo agitado em meio ao qual vive, cegada pelo ouropel do falso luxo, desejosa de tristes prazeres, que distraem mas não saciam nem repousam, naquelas salas de “revistas” ou de danças, que pululam em todo lugar, muitas vezes com intentos de propaganda de parte e corrompem a juventude, tornando-se “mulher de classe”, desprezadora das velhas normas “oitocentescas” de vida, como poderia ela não encontrar a modesta moradia doméstica inóspita e mais tetra daquilo que na realidade é? Para torná-la agradável, para desejar estabelecer um dia a dela própria, deveria saber compensar a impressão natural com a seriedade da vida intelectual e moral, com o vigor da educação religiosa e do ideal sobrenatural. Mas qual formação religiosa recebeu ela em tais condições?  E não é tudo. Quando, com o transcorrer dos anos, sua mãe, envelhecida pelo tempo, enfraquecida e desgastada pelas fadigas superiores às suas forças, pelas lágrimas, pelas angústias, a verá voltar à casa à tarde, em horas talvez bem avançadas, longe de ter nela um auxílio, um sustentáculo, deverá ela mesma cumprir junto da filha incapaz e não habituada às obras femininas e domésticas, todas as obrigações de uma serva. Nem mais feliz será a sorte do pai, quando a idade avançada, as doenças, os achaques, as desocupações obrigarão a depender para seu mesquinho sustento da boa ou má vontade dos filhos. A augusta, a santa autoridade do pai e da mãe, ei-las descoroadas de sua majestade. Diante das teorias e dos métodos que, por diferentes caminhos, arrancam a mulher de sua missão, e com a lisonja de uma emancipação desenfreada, ou na realidade de uma miséria sem esperança, nós ouvimos o grito de apreensão que invoca, o mais possível, sua presença ativa no lar. […] A sorte da família, a sorte da convivência humana, estão em jogo; estão em vossas mãos, “tua res agitur!”.
Toda mulher, portanto, sem exceção, tem o dever, o estrito dever de consciência, de não permanecer ausente, de entrar em ação (nas formas e nos modos condizentes às condições de cada qual), para conter toda a corrente que ameaça o lar, para combater as doutrinas que lhe corroem os fundamentos, para preparar, organizar e cumprir sua restauração. 
[…] Ambos os sexos tem o dever e o direito de cooperar para o bem total da sociedade, da pátria, mas está claro que, se o homem é por temperamento mais levado a tratar dos negócios externos, os negócios públicos, a mulher tem, geralmente falando, maior perspicácia, tato mais fino para conhecer e resolver os problemas delicados da vida doméstica e familiar, base de toda a vida social, o que não tolhe que algumas saibam realmente dar demonstração de grande perícia também no campo da atividade pública."

O Texto completo junto com as fontes você encontra no link: Discurso do Papa Pio XII sobre os problemas modernos: A Mulher moderna.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem vindo ao nosso espaço! Os comentários antes de serem postados, passam por aprovação da moderação. Por isso lembramos aos seguidores que não serão aceitos comentários maldosos, irônicos com tom de maldade, acusações infundadas e ataques diretos e indiretos a Fé Católica e à Moral da Igreja. Salve Maria Puríssima.

"Eu quero que todos vocês meus queridos filhos espirituais, combatam com o exemplo, e sem respeito humano uma santa batalha contra a moda indecente. Deus estará com vocês e irá salvá-los." São Pe. Pio de Pietrelcina

Siga-nos via blogger.com

Total de visualizações de página