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domingo, 22 de março de 2015

A maravilhosa História do Mártir São Januário (San Genaro)

São Januário nasceu em Nápoles, no ano 270 d.C. Nada se sabe ao certo sobre os primeiros anos de sua vida. Em 302 foi ordenado sacerdote, e por sua piedade e virtude foi escolhido, pouco depois, para Bispo de Benevento. Sua caridade, infatigável zelo e solicitude pastoral desterraram de sua diocese a indigência, tendo ele socorrido a todos os necessitados e aflitos.



Quando em 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou em todo o Império cruel perseguição contra o Cristianismo, obrigando os fiéis a oferecer sacrifícios às divindades pagãs, nosso santo teve muitas ocasiões de manifestar o valor de seu zelo, socorrendo os cristãos, não só nos limites de sua diocese, mas em todas as cidades circunvizinhas. Penetrava nos cárceres, estimulando seus irmãos na fé e perseverança final, alcançando também, naquela ocasião. grande número de conversões. O êxito de seu apostolado não tardou a despertar atenção de Dracônio, governador da Campânia, que o mandou prender.

Diante do tribunal, São Januário foi reprovado pelo pró-consul Timóteo, que lhe apresentou a seguinte alternativa: "Ou ofereces incenso aos deuses, ou renuncias à vida".

Respondeu S. Januário: "Não posso imolar aos demônios, pois tenho a honra de sacrificar todos os dias ao verdadeiro Deus", referindo-se à celebração eucarística.

Irado, o pró-consul ordenou que o santo Bispo fosse lançado imediatamente numa fornalha ardente. Mas Deus quis renovar em favor de seu fiel servo o milagre dos três jovens israelitas, atirados também nas chamas, de que fala o Antigo Testamento. São Januário saiu desta prova do fogo ileso, para grande surpresa dos pagãos.

O tirano, atribuindo o prodígio a artes mágicas, ordenou que São Januário e mais seis outros cristãos fossem conduzidos a Puzzoles, onde seriam lançados às feras na arena.

No dia marcado para o suplicio, o povo lotou o anfiteatro da cidade. No centro da arena. São Januário encorajava os companheiros: "Ânimo, irmãos, este é o dia do nosso triunfo, combatamos com valor nosso sangue por Aquele Senhor, a quem devemos a vida".

Mal terminara de falar foram libertados leões, tigres e leopardos famintos, que correram em direção às vítimas. Mas, em lugar de despedaçá-las, prostraram-se diante do Bispo de Benevento e começaram a lamber-lhes os pés. Ouviu-se então um grande murmúrio no anfiteatro, que reconhecia não existir outro verdadeiro Deus senão o dos cristãos. Muitos pediram clemência. Mas o pró-consul, cego de ódio, mandou decapitar aqueles cristãos, sendo executada a ordem na praça Vulcânia, no dia 19 de setembro de 305.

Os corpos dos mártires foram conduzidos pelos fiéis às suas respectivas cidades. Segundo relataram as crônicas, uma piedosa mulher recolheu em duas ampolas o sangue que escorria do corpo de São Januário, quando este era transportado para Benavento.

Os restos mortais do Bispo mártir foram transladados para sua cidade natal — Nápoles — em 432. No ano 820 voltaram para Benavento. Em 1497 retornaram definitivamente para Nápoles, onde repousam até hoje, em majestosa Catedral gótica. Aí se realiza o perpétuo sangue, que se dá duas vezes por ano, no sábado que antecede o primeiro domingo de maio aniversário da primeira transladação, e a 19 de setembro, festa do martírio do santo.

Liquefação do sangue e o Milagre


As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor.

As relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente. iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis compenetram-se de que a demora se deve a seus pecados. Rezam então orações penitenciais, como o salmo “Miserere", composto pelo Santo Rei Davi.

Quando o milagre ocorre, o Clero entoa solene Te Deum, a multidão prorrompe em vivas. os sinos repicam e toda a cidade se rejubila.

Entretanto, sempre que nas datas costumeiras o sangue não se liquefaz, Isso significa o aviso de tristes acontecimentos vindouros, segundo uma antiga tradição nunca desmentida.

O sangue de São Januário está recolhido em duas ampolas de vidro, hermeticamente fechadas, protegido por duas lâminas de cristal transparente. A ampola maior possui 60 cm cúbicos de volume; a menor tem capacidade de 25 cm cúbicos. Em geral, o sangue endurecido ocupa até a metade da ampola maior; na menor, encontra-se disperso em fragmentos.

A liquefação do sangue produz-se espontaneamente, sob as mais variadas circunstâncias, independentemente da temperatura ou do movimento, o sangue passa do estado pastoso ao fluido e, até, fluidíssimo. A liquefação ocorre da periferia para o centro e vice-versa. Algumas vezes, o sangue liquefaz-se instantânea e inteiramente, ou, por vezes, permanece um denso coágulo em meio ao resto liquefeito. Alterar-se o colorido: desde o vermelho mais escuro até o rubro mais vivo. Não poucas vezes surgem bolhas e sangue fresco e espumante sobe rapidamente até o topo da ampola maior.

Trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas.

Há algumas peculiaridades, que constituem outros milagres dentro do milagre liquefação, há uma variação do volume: algumas vezes diminui e outras vezes aumenta até o dobro. Varia também quanto à massa e quanto ao peso. Em janeiro de 1991, o prof. G. Sperindeo utilizando-se, com o máximo cuidado, de aparelhos de alta precisão, encontrou uma variação de cerca de 25 gramas. O peso aumentava enquanto o volume diminuía. Esse acréscimo de peso contraria frontalmente o princípio da conservação da massa (uma das leis fundamentais da Física) e é absolutamente inexplicável, pois as ampolas encontram-se hermeticamente fechadas, sem possibilidade de receber acréscimo de substâncias do exterior.

A notícia escrita mais antiga e segura do milagre consta de uma crônica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já perfazem mais de dez mil!

A relíquia de São Januário tem protegido Nápoles eficazmente contra a peste e as erupções do Vesúvio, distante da cidade apenas duas léguas e meia. Por ocasião de uma erupção em 1707, que ameaçava destruir Nápoles, o povo levou as ampolas em solene procissão até o sopé do vulcão; imediatamente a erupção cessou!

Em 1944, o Vesúvio expeliu lavas, cinzas, pedras e uma poeira arenosa, que alcançou grande altura. Foi sua última erupção. O vento levou essa poeira através do Mediterrâneo, a qual chegou a atingir a Grécia, a Turquia, a Espanha e o Marrocos. Nápoles permaneceu imune.

Supliquemos na data de hoje a este grande Santo Protetor, que salve não apenas Nápoles, mas a Itália e o mundo inteiro de um incêndio mil vezes pior do que o produzido por erupções vulcânicas: o comunismo, a seita atéia, antinatural e igualitária, que visa varrer da face da terra o nome cristão. 

Um trecho de Santo Afonso de Ligório falando sobre este referido Milagre¹.


"(...) Em segundo lugar, prova-se a verdade de nossa santa fé pelos milagres que, para confirmá-la, operaram o Salvador e os santos da Igreja Católica; os milagres sobrepujam a virtude da natureza; só o poder de Deus, ao qual toda a criação está sujeita, os pode operar. Donde se vê claramente que uma religião que puder apresentar verdadeiros milagres em confirmação da sua doutrina, deverá ser divina, pois Deus de forma alguma poderá favorecer uma falsa religião com a operação de milagres. Nem os judeus, nem os pagãos, nem os maometanos, nem os hereges poderão nomear um único milagre que tenha sido operado em favor de sua doutrina.

Para enganar o povo, recorreram a certas ilusões que apresentaram como milagre; porém, dentro em pouco tempo se descobriu o engano. Inumeráveis pelo contrário, são os milagres que Nosso Senhor operou no decurso dos séculos, por meio de seus servos, na Igreja Católica. nela realizou-se a palavra do divino Salvador: "Aquele que crer em mim, também fará as obras que faço e outras ainda maiores" (Jo 14,12).

Não negamos que nos primeiros séculos do cristianismo houve mais milagres que em nossos dias; contudo, em tempo algum faltaram milagres na Igreja, porque foram sempre necessários para a conversão dos pagãos. Assim, S. Francisco Xavier, S. Luís Bertrand e outros grandes missionários operaram numerosos milagres nas Índias.

Se alguém ousasse rejeitar os fatos notáveis que os anais da história eclesiástica e a biografia dos santos nos relatam, perguntar-lhe-ia por que razão recusa crer em um S. Basílio, S.Jerônimo, S. Gregório e tantos outros escritores eclesiásticos, quando dá inteiro crédito a um Suetônio ou Plínio? De resto, aprouve ao Senhor conservar na Igreja constantemente alguns milagres, para mostrar quão fútil é a incredulidade dos ímpios. Faço aqui menção só do insigne milagre com o sangue de S. Januário, em Nápoles. Esse sangue, que geralmente se encontra em estado sólido, liquefaz-se várias vezes ao ano ao se aproximar da cabeça do mesmo santo, fato de que cada um pode certificar-se com os próprios olhos. Os incrédulos em vão procuraram uma solução científica ou natural para explicar este milagre: até hoje não conseguiram dá-la²."

Fontes:
[1] Santo Afonso de Ligório - Escola da Perfeição Cristã.
[2] Na época de S. Afonso, o Milagre não tinha explicação como ele cita. Em nossos dias continua sendo um mistério para a ciência. (nota adicionada do blog). 

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